O Convento de Cristo e o Castelo dos Templários formam um conjunto monumental único no gênero. Foi a sede da Ordem do Templo até 1314 e da Ordem de Cristo, a partir de 1357.
Trajeto entre Porto e Lisboa – Vale do Rio Douro e Convento de Cristo
Dia de deixarmos Porto. Depois de dias muito agradáveis nesta cidade que adoramos, partimos em direção ao nosso próximo destino. Só que tinha ficado uma pendência: visitar alguma cidade/quinta no Vale do Rio Douro. Então decidimos que, em vez de irmos direto para Lisboa, íamos conhecer uma quinta no Vale do Rio Douro e depois desceríamos para Lisboa. Sendo assim, saímos cedo do Porto, pegamos as rodovias A3, A4, A24 e N2, passamos pela charmosa Peso da Régua, até chegarmos na famosa Quinta da Pacheca. A distância de 97 km foi percorrida em aproximadamente 1h10m.
Vale do Rio Douro
Localizada em Lamego, na região conhecida como Região Vinhateira do Alto Douro, a mais antiga região demarcada de vinhos do mundo e Patrimônio Mundial da Humanidade, a Quinta da Pacheca é uma das melhores quintas do Douro dest aregião e uma das primeiras propriedades a engarrafar vinho com marca própria.
Como fomos de improviso, acabamos não conseguindo fazer uma visitação com degustação porque precisava reservar com antecedência. Vimos alguns grupos, inclusive de motoqueiros, chegando para a visitação. Sendo assim, ficamos conversando com uma atendente, que muito cordealmente nos falou sobre o empreendimento e também nos orientou por onde poderíamos caminhar. Ficamos lá por aproximadamente uma hora onde pudemos desfrutar da beleza e tranquilidade do lugar.
Como não conseguimos ter uma visão do Rio Douro emoldurado pelas vinhas, que era nosso objetivo nesse passeio, no retorno para a estrada, paramos às margem do Rio Douro de onde se tinha uma bela vista da cidade Peso da Régua.
Voltamos para a estrada e, depois de passarmos pelas rodovias A24, IP3, A14, A1, A13 e IC9, nos aproximamos da cidade que já tínhamos nos programado para visitar no caminho entre Porto e Lisboa. O percurso de 243 km até a cidade de Tomar foi percorrido em aproximadamente 2h30m.
Tomar
Tomar é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito de Santarém, na província do Ribatejo. A cidade tem diversos monumentos históricos, dos quais se destacam o Convento de Cristo, declarado Patrimônio Mundial, e seu aqueduto, também conhecido por Aqueduto dos Pegões, construído entre 1593 e 1619, com a finalidade de abastecer de água o Convento de Cristo a partir de 4 nascentes diferentes, e que tem cerca 6 km de extensão.
Castelo dos Templários e Convento de Cristo
O Castelo de Tomar, também conhecido como Castelo dos Templários, é conhecido como a sede da Ordem do Templo em Portugal. A sua edificação remonta ao tempo de D. Afonso Henriques, que doa a região de Ceras à Ordem do Templo, iniciando-se a sua construção em 1160, por D. Gualdim Pais, mestre templário e fundador da cidade de Tomar. São visíveis várias inscrições embutidas nas pedras, que remetem à época da Ordem do Templo.
Convento de Cristo
Após a extinção da Ordem do Templo por bula papal, D. Dinis transformou-a em Ordem de Cristo, em 1319, integrando os seus cavaleiros e grande parte dos seus bens, tecnologia e saber. Sendo assim, o Castelo dos Templários daria lugar ao Convento de Cristo, e Tomar se tornaria a sede da Ordem de Cristo.
O Convento foi ampliado e sujeito a várias obras de melhoramento. Um dos pormenores mais emblematicos é a Janela do Capítulo, que remete para o periodo da expansão marítima e integra elementos decorativos do manuelino. A Ordem de Cristo teve um papel muito importante nos descobrimentos portugueses.
Adentramos as muralhas do castelo e logo nos impressionamos com a beleza e a grandiosidade do lugar. O início da construção do Convento deve-se ao Infante D. Henrique, que aqui levantou o seu Paço e os claustros da Lavagem e do Cemitério. A estes se juntariam, durante a era quinhentista, outros sete claustros. São raríssimos, em todo o mundo, edifícios com tantos claustros, o que atesta a originalidade e magnificência desta obra.
Convento de Cristo – Visitação
Depois de caminharmos pela área externa, fomos até uma área administrativa do complexo onde adquirimos os ingressos para visitação ao interior deste complexo arquiteônico histórico. Juliana decidiu não entrar e ficou aguardando na saída onde terminava a visitação.
Convento de Cristo – Charola
Depois de passarmos por alguns ambientes, chegamos à “joia da coroa” deste complexo, tanto pela sua monumentalidade, quanto pela sua arquitetura e pormenores decorativos. A Charola, um exemplar único e inigualável da arquitetura militar e religiosa, evoca o Santo Sepulcro e o Templo de Salomão, o que a tornou na capela dos Cavaleiros Templários.
É uma estrutura cilíndrica compacta de influência oriental, dos séculos XII e XIII, indiscutivelmente militar para proteger o sagrado, que alude ao Santo Sepulcro de Jerusalém. No interior, acolhe, com generoso deambulatório, um tambor central octogonal de oito pilares compostos por quatro colunas adossadas cada um. No início de Quinhentos, foi rasgado um amplo arco para o Coro, cuja iluminação provém do óculo que, no exterior, integra a decoração da Janela do Capítulo. Esta obra do início do século XVI foi encomendada a Diogo de Arruda. A cargo de João de Castilho ficou a ligação abobadada do Coro à Charola. A entrada, um portentoso portal e uma fachada ricamente trabalhados, são também de Castilho.
A decoração da Charola é composta por motivos na estrutura do tambor central, pinturas na abóbada anelar, pinturas murais no segundo andar do tambor, da autoria de Fernão Anes, 7 tábuas de grandes dimensões (das 14 originais que estavam na parede exterior do deambulatório), com cenas da vida e paixão de Cristo, da oficina do pintor Jorge Afonso, e por esculturas em madeira, representando anjos, santos e profetas, assim como uma Virgem com São João Batista, da autoria de Olivier de Gand.
Convento de Cristo – Claustros
Desta visita, vale destacar a diversidade de estilos em sua arquitetura. O estilo “Românico”, representado pela Charola do século XII; o “Gótico”, mostrado nos claustros do tempo do Infante D. Henrique; o “Manuelino”, que mostra a sua exuberância na Janela do Capítulo; o “Renascimento”, com a ampliação do Convento de D. João III até ao século XVIII; além do “Maneirismo” e do “Barroco”, que marcaram os claustros da Hospedaria e o Claustro Principal em muitos ornamentos.
O Convento de Cristo destaca-se como um dos mais importantes conjuntos monumentais existentes em Portugal e encontra-se classificado como Monumento Nacional (1910) e como Patrimônio Mundial (1983). Uma visita inesquecível a este lugar histórico e deslumbrante !!!
Castelo de Almourol
Saímos de Tomar e, depois de pegarmos as rodovias A13, N110 e A23, chegamos ao pequeno município de Vila Nova da Barquinha, onde se encontra mais uma atração da Rota dos Templários: o Castelo de Almourol. Este percurso de 27 km foi percorrido em aproximadamente em 30 minutos.
O Castelo de Almourol foi reedificado em 1171, por ordem de D. Gualdim Pais, mestre templário, e integrava a linha defensiva do Tejo. A emblemática construção militar templária é conhecida pela localização no cimo de uma pequena ilha escarpada aos pés do Rio Tejo.
A beleza natural e a atmosfera mística e romântica, torna este local completamente diferente dos outros castelos templários. Existe um píer de onde sai um passeio com um pequeno barco que contorna o castelo pelo rio, mas que devido ao sol no horário que visitamos decidimos não fazer.
Enfim, depois de visitarmos estes lugares inesquecíveis, partimos em direção ao nosso destino final do dia. Saímos de Vila Nova da Barquinha, pegamos as rodovias A23 e A1, até chegarmos, no início da noite, em Lisboa. Depois de deixarmos às malas no apartamento, que ficava no bairro de Alfama, saímos para jantar no Restaurante A Graça, que ficava bem em frente.
Dicas e informações
Informações
- O luxuoso Wine House Hotel, na Quinta da Pacheca, está cercado por amplos terrenos privativos, com vinhas. Esta casa típica do século XVIII foi restaurada, respeitando sua arquitetura tradicional e características originais, e combina design moderno com ambiente histórico.
- Explorar a Rota Templária e os seus itinerários temáticos, permite conhecer a vivência dos Cavaleiros Templários, passando por relevantes vestígios deixados por eles, ao mesmo tempo que usufrui da riqueza das suas paisagens naturais e da sua gastronomia.
- Além dos monumentos históricos citados, a cidade de Tomar ainda conta com outras atrações como a Igreja de São João Batista, a Igreja de Santa Maria dos Olivais (onde se encontram os restos mortais de Gualdim Pais, grão-mestre templário e fundador da cidade) e a Ermida da Nossa Senhora da Conceição, que foi construída com a função de panteão régio.
- O Concílio de Trento veio decretar a extinção de todas as Ordens Religiosas. Nessa altura, por todo o mundo, os membros das Ordens foram perseguidos e mortos. Isso ocorreu no dia 13 de outubro de 1307 (uma sexta-feira), e por isso até hoje perdura a superstição do azar nas sextas-feiras 13!
Serviços
- Aluguel de carro
- Valor : R$ 190,00 (diária com seguro incluído)
- Agência: Rentcars
- Pedágios
- Trajeto entre Porto e Vale do Rio Douro (Peso da Régua)
- A4: €(4,45+0,95) = 5,40 euros
- A24: €0,55 euros
- Trajeto entre Peso da Régua e Tomar (Castelo dos Templários)
- A24: €(0,45+0,45+0,35+0,70) = 1,95 euros
- A1: €1,00 euro
- A13: €(0,30+0,05+0,15+0,25+0,40+0,35+0,20+0,30+0,20+0,25) = 2,45 euros
- Trajeto entre Castelo dos Templários e Castelo de Almourol
- A13: €(0,15+0,15+0,05) = 0,35 euros
- Trajeto entre Tomar e Lisboa
- A23: €(0,45+0,50) = 0,95 euros
- A1: €6,75 euros
- Total Pedágios = €19,40 euros
- Trajeto entre Porto e Vale do Rio Douro (Peso da Régua)
- Castelo dos Templários/Convento de Cristo
- Entrada: €10 euros
- Estacionamento: €1 euro